Thomas Was Alone não é um jogo de plataformas qualquer, mas é um jogo de plataformas onde temos de resolver uma série de puzzles para continuar em frente, e assim chegar finalmente ao puzzle número 100. A apresentação e a narrativa do jogo são aquilo que nos tira o tapete debaixo dos pés, nos deixa de queixo caído, e a pensar "este jogo não existe!", completamente deslumbrados com o que temos à nossa frente.
No início Thomas está sozinho, assim nos diz o narrador (o fantástico Danny Wallace), e de facto podemos ver um pequeno rectângulo vermelho à nossa frente no ecrã, à espera dos nossos comandos. Para o controlar temos dois botões do lado esquerdo para o mover para a esquerda e para a direita, e do lado direito um pequeno quadrado para fazer saltar o nosso peculiar herói.
O objectivo, assim vamos descobrindo, lentamente, com alguma ajuda do narrador, é chegar até saída que se encontra no final de cada nível. Não se sabe onde fica este final, apenas sabemos que temos de levar o nosso personagem até à figura geométrica idêntica à sua própria figura.
Mas de repente percebemos que Thomas não está sozinho, porque lá vão aparecendo outras formas geométricas, que também ficam sobre o nosso controlo. Thomas, John, Chris, Laura, cada um com a sua cor distinta, e características únicas, um saltando mais alto, outro dando pequenos saltos, mas conseguindo atravessar passagens mais baixinhas, e outros com a capacidade até de flutuar sobre líquidos, etc.
São estas capacidades diferentes de cada um dos personagens, que nos possibilitarão atravessar algumas secções mais complexas de cada nível, saltando uns por cima dos outros para chegar a lugares mais altos, transportando-se às cavalitas, etc, e assim evitando ao mesmo tempo que os nossos heróis acabem destruídos (sim, é possível morrer, e é possível reiniciar um nível).
Como jogo de plataformas é brilhante, assim como a dificuldade apresentada nos desafios e puzzles que nos são colocados à frente, que revelam ser um belo exercício para os nossos neurónios. Mas o jogo é muito mais do que isto, pois a história que nos é contada deixa-nos completamente envolvidos e interessados nas vidas destes estranhos personagens geométricos.
Cada um tem uma história diferente para contar, e é uma delícia de ouvir (a maneira como o narrador nos conta a história faz lembrar o filme The Hitchhiker's Guide to the Galaxy), e aos poucos vão sendo reveladas as suas motivações pessoais, os seus gostos, e a filosofia que têm da vida.
Por isso, muito mais que um jogo de plataformas, este é também uma espécie de livro, uma novela gráfica onde vamos acompanhando a história misteriosa destes personagens. Quem são, o que estão aqui a fazer, onde estão, para onde vão? É brilhante como nos vemos completamente imergidos nesta história, embalados pela voz suave do narrador, pela música espectacular, e pelo mistério que queremos ver resolvido.
Este jogo não vai lá com screenshots, por isso vejam aqui em baixo o vídeo de apresentação, e fiquem deslumbrados, porque eu fiquei, e não tenho mais palavras para o recomendar. É um daqueles jogos obrigatório de ter num iPad, e é para sempre.
Thomas Was Alone na App Store (Brasil)
Thomas Was Alone na App Store (Portugal)
Tamanho: 113 MB
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