14 dezembro 2014

Papers, Please

Controlar a entrada de cidadãos na fronteira de uma nação repressiva e corrupta, é o trabalho que nos propõe este Papers, Please da 3909, um magnífico jogo premiado por várias publicações como melhor jogo de 2013 e 2014, que nos vai pôr a viver um autêntico thriller atrás do balcão.


Imaginem-se a vestir a farda de um inspector no posto fronteiriço de uma nação imaginária (a fazer lembrar a Rússia), onde teremos que verificar os documentos dos cidadãos que querem entrar no país, procurando discrepâncias nos documentos apresentados, nas palavras dos cidadãos, ou no seu aspecto, em relação à foto e dados do passaporte, para assim aceitar ou recusar a sua entrada na grande nação de Arstotzka.

Este é o nosso trabalho, que nos garante um mísero salário, que teremos que gerir até ao centavo para dar de comer à família, mantê-los com um tecto sobre as suas cabeças, sem que estes adoeçam, etc. Se fizermos mal o nosso trabalho, seremos penalizados no salário, e poderemos não ter dinheiro para proteger todos os elementos da nossa família, causando a morte de alguns familiares se não tivermos cuidado.

O jogo arranca com regras bem simples, onde apenas temos de verificar a foto no passaporte, se está dentro da validade, e se a cidade onde foi emitido corresponde às cidades aceites no livro de regras que temos disponível. A partir daí, com ataques terroristas a começar a surgir, as regras apertam, e teremos que fazer muitas mais verificações, visualizar vários documentos, e procurar discrepâncias para não deixar entrar pessoas não autorizadas.


Ao encontrarmos discrepâncias, temos de seleccionar com o dedo os dois elementos que não coincidem (por exemplo tocar na foto do passaporte e na figura do cidadão que temos à frente, para o podermos questionar quanto à sua aparência que não coincide), e a partir daí abrem-se novos caminhos que podemos seguir. Podemos interrogar o cidadão e ver se a sua resposta satisfaz, podemos revistá-lo para verificar se tem armas ou substâncias ilegais no seu corpo (depois de passar pelo scanner), podemos ordenar a sua detenção, ou então simplesmente recusar a sua entrada no país.

Pelo meio disto tudo, vamos vendo as notícias do que vai acontecendo no país, vamos recebendo visitas de cidadãos da resistência que se querem infiltrar no país, e nos pedem para os deixar entrar mesmo sem estarem autorizados, guardas corruptos que nos pedem para dar ordem de prisão a mais gente para ganhar algum dinheiro extra por fora, etc, etc.


Com o aumento dos ataques terroristas passamos a ter a chave do armário do armamento, e autorização para usar estas armas nos terroristas que tentam atravessar o pátio do posto fronteiriço. É aqui que temos de ser rápidos e ter pontaria para acertar em cheio no terrorista antes que este concretize o seu ataque. Também pode acontecer entregarem-nos uma bomba directamente no posto, e teremos que ser nós a desarmá-la, isto resolvendo puzzles simples, como abrir um painel retirando os parafusos e depois cortar os fios na ordem certa.

O jogo obriga-nos a tomar algumas decisões morais, que podem ou não ter consequências (ser denunciados por um vizinho quando mostramos sinais de riqueza é um risco, e a polícia secreta está sempre em cima de nós), mas no fundo é um jogo de atenção e memória, uma espécie de quebra cabeças que premeia aqueles que não se distraiem facilmente.

Com pormenores fantásticos, e altamente viciante, vamos querer concluir esta história entusiasmante, para depois desbloquear o modo infinito, onde poderemos jogar o tempo que quisermos, até sermos despedidos, morrermos, ou ficarmos sem todos os elementos do nosso agregado familiar. Podem ver aqui em baixo a trailer do jogo, e tenham muito cuidado, que podem perder horas da vossa vida a vestir a pele de um guarda fronteiriço.


Papers, Please na App Store (Brasil)

Papers, Please na App Store (Portugal)

Tamanho: 30.1 MB



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