02 setembro 2014

Godus

O jogo Godus da DeNA Corp., que nos chega pelas mãos de Peter Molyneux, é de facto o GOD GAME que já fazia falta no iPad. Apesar do seu modelo freemium, que até me parece bem equilibrado, é capaz de nos entreter por várias horas durante o dia, especialmente a partir do momento em que começamos a ter uma população já considerável, e uma ou duas fazendas a produzir trigo em quantidades suficientes para podermos evoluir à vontade.


Peter Molyneux foi o responsável máximo pelo fantástico e adorado Populous, um jogo que me roubou várias horas de volta do Commodore Amiga 500. Brincar aos deuses é sempre um vício lixado, e em Godus podemos dar asas aos nossos poderes, desde que o povo tenha muita fé em nós, claro.

É aqui que surgem a maioria das críticas, e parecem-me exageradas, ou então foram pessoas que abriram o jogo e ao fim de alguns minutos desistiram, porque pensavam que o jogo seria sempre assim como o viram nesses primeiros momentos. O povo tem que ter fé em nós, pois é essa fé que nos dá os poderes para manipular o terreno, criar grandes cidades e fazendas, usar o dedo de deus, invocar chuva e meteoritos, etc, etc, o que implica aguardar algum tempo para que haja fé suficiente para fazer coisas importantes.

Pelo que eu experienciei, no início estamos cheios de vontade de continuar a explorar e avançar com o mundo virgem que temos à nossa frente, e de repente vemo-nos sem fé disponível, porque ainda temos poucos habitantes, e ficamos frustrados. É possível comprar fé com pedras preciosas (que podem ser encontradas espalhadas pela terra, ou adquiridas através de compras in-app), mas a ideia é mesmo fechar o jogo e voltar alguns minutos depois, que já iremos ter fé suficiente para avançar mais um pouco no jogo. Nos primeiros momentos pode ser um pouco frustrante, mas passados uns dias já conseguimos ter população suficiente para produzir fé a rodos, e assim poder brincar aos deuses à vontade.


Mas vamos ao jogo, que inicia de uma maneira bem inspiradora, mostrando-nos os grandes feitos da humanidade, e logo de seguida apontando o dedo para nós, o seu deus, e o grande responsável por aquilo tudo. A próxima etapa segue em modo de tutorial, mostrando-nos os pequenos seres, cujas vidas controlamos, bastando para isso manipular a terra (numa fase inicial), tudo coisas que nos são explicadas nestes primeiros momentos.

Deslizar com o dedo sobre as várias camadas de terra, faz com que esta seja eliminada, ou então criada mais terra, camada a camada. Isto funciona muito bem, apesar de parecer algo estranho das primeiras vezes que tentamos manipular o terreno, mas acabamos por apanhar o jeito, e serão depois raras as vezes em que nos enganamos (ou pelo menos não será muito grave se o fizermos).

Como no Populous, alisar o terreno permite que apareçam zonas de construção, para que o nosso povo possa começar a construir pequenas habitações, e assim começar a produzir fé, que devemos recolher de tempos a tempos, sendo essa a fonte principal dos nossos poderes. À medida que vamos evoluíndo poderemos criar fazendas e produzir trigo, ou recrutar mineiros para extrair minério do chão, ou transformar certos minerais em pedras preciosas, items que deveremos também recolher sempre que estiverem prontos para colher (e vem daqui a comparação algo injusta de algumas pessoas, com o farmville, apesar de o jogo ser muito mais do que isto).


Como já tinha dito, ao navegarmos pela nossa terra (usamos dois dedos para deslizar sobre o terreno), podemos encontrar pedras preciosas, e ainda outros tesouros onde recolhemos materiais importantes para desbloquear novas cartas. Estas são cartas que vão aparecendo conforme vamos avançando no jogo (quando atingimos um determinado número de seguidores, ou um x número de campos de trigo, etc), e normalmente dão-nos novos poderes a nós, e novas capacidades de construção aos nossos seguidores.

É assim, desbloqueando estas cartas, que passamos a ter o poder de enviar meteoritos para a terra, esmagar seguidores com o dedo, pegar fogo às árvores, fazer chover para acelerar a produção de algum campo de trigo, plantar árvores ou tornar a terra mais bonita (importante para aumentar a felicidade do povo), etc. Ao nível das construções passamos a poder construir grandes aglomerados de casas (juntando várias casas pequenas numa pequena vila, ou acampamento), habitações mais potentes e com melhores materiais, que deixam o povo mais feliz, o que também dá direito a recolher mais fé por hora.


Como é óbvio não estamos sozinhos, e para além do nosso povo, há outros, como os Astari, que aparecem regularmente perto do nosso povo para os gozar, mas são completamente inofensivos. Podemos facilmente ver o seu acampamento, e temos de ter algum cuidado, que todos os dias realizam um festival, e se o povo dos Astari for mais feliz que o nosso, perdemos alguns seguidores, que serão convertidos em Astari. Caso o nosso povo seja mais feliz, acontece o contrário, e ganhamos nós novos seguidores do povo Astari, os quais temos de realojar, para que não fiquem sem tecto.

Na secção das cartas podemos ver todas as coisas boas que ainda temos para desbloquear, e temos a promessa de que isto continuará a desenvolver-se com o tempo e com novas actualizações ao jogo, para que seja possível avançar a nossa civilização para lá da era do bronze, e quem sabe até começar combates com outros povos que não os simpáticos Astari.


O jogo como está actualmente já me enche bem as medidas, e fazer de deus parece-me mais que suficiente, mas os criadores resolveram dar-nos também alguns mini jogos para que pudessemos conseguir algumas pedras preciosas e materiais extra, para assim desbloquear cartas mais depressa, se bem que podemos procurar no terreno por baús e barris com materiais escondidos, tendo de escavar para chegar até eles.

Estes mini jogos acontecem quando levamos os nossos seguidores de barco a explorar novas terras. Em cada local que desembarcamos temos de levar uma série de exploradores a terra (normalmente 10), os quais têm como missão chegar ao templo, entre outras coisas. Isto assemelha-se de certa forma ao jogo Lemmings, onde temos de abrir caminho para que eles caminhem até ao templo (quando os ouvimos assobiar é porque conseguimos estabelecer uma rota possível), sem morrer no processo de preferência, pois temos gigantes preparados para esmagá-los com um martelo, ou terrenos completamente inóspitos, com pântanos envenenados que matarão os nossos homens.

Estas aventuras aparecem de vez em quando, e temos sempre um tempo limitado para as concluir (um dia ou dois apenas). Como o barco leva apenas 30 homens, se estes morrerem, temos de aguardar alguns minutos até que venham reforços e assim voltar a tentar uma determinada campanha. É importante concluir o máximo de aventuras, que as ajudas para desbloquear as cartas são bem necessárias se quisermos avançar mais depressa no jogo (sem pagar um tostão, claro).


Estou completamente viciado no Godus, acho que o jogo tem pernas para andar, e muito por onde crescer nas próximas actualizações. Espero que venham aí outros povos, com combates entre eles, e a possibilidade de evoluir estes pequenos seres até uma era bem avançada.

Apreciem os gráficos 3D bem interessantes, façam zoom in para ver de perto o povo com grande detalhe a levar as suas vidinhas, e as coisas que fazem quando não estamos a dar-lhes ordens. Vejam as tempestades que forçam as casas a inclinar temporariamente, os trovões que pegam fogo às árvores, os peixes a nadar alegremente na água, os riachos a descer pela montanha até ao mar, etc, etc.

Podem ver aqui em baixo o vídeo de apresentação do jogo, e se quiserem podem instalá-lo num iPhone ou num iPad, sendo que no iPad tudo se processa muito melhor por causa do ecrã maior (e com a bateria enorme do iPad podemos jogar mais tempo, que o jogo puxa bem pela bateria do iPhone). Convém ter um iPad 3 ou melhor, que o jogo pode ser bem pesado para o processador às vezes.


Godus na App Store (Brasil)

Godus na App Store (Portugal)

Tamanho: 94.1 MB



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