21 julho 2014

Broken Age

Já lá vão 16 anos desde que Tim Schafer passou pela LucasArts e participou na criação de aventuras espectaculares como Full Throttle, The Secret of Monkey Island e Day of the Tentacle. Ele está de volta com a sua companhia Double Fine Productions e traz-nos agora uma aventura point-and-click chamada Broken Age, que nos vai pôr a decidir os destinos de um rapaz e uma rapariga, naquilo que parecem ser à partida 2 jogos diferentes em 1.


O jogo começa por nos mostrar um ecrã dividido, onde podemos optar por arrancar com a aventura de Shay, um rapaz "preso" numa nave a viver o seu dia a dia no espaço com as suas rotinas infantis, ou a aventura de Vella, uma rapariga que se vê confrontada com um destino bem terrível, mas que pode não ser inevitável.

As duas narrativas acabam por estar ligadas, e percebemos isso mais facilmente se optarmos por ir alternando entre uma e outra durante o jogo, ao invés de jogar cada uma das aventuras em separado até ao final.


No lado de Shay temos um rapaz a viver uma vida solitária de rotinas infantis a bordo de uma nave, completamente protegido pelos "seus pais", ou aquele que os substitui na forma de computador de bordo da nave. As rotinas diárias são divertidas no início para nos irmos introduzindo no seu universo, e no modo de jogar, percebendo logo algum humor quando temos uma colher com inteligência artificial muito faladora, para nos ajudar a comer os cereais logo pela manhã.

As aventuras que Shay tem para viver não passam de pequenas brincadeiras, que numa primeira inspecção parecem grandes perigos, mas depressa nos apercebemos que são cenários e ambientes protegidos de forma a que nada de mal aconteça ao rapaz. A sua e a nossa curiosidade vão fazer com que tudo mude, e que este acabe por abandonar a sua zona de conforto e vá explorar um pouco mais todo o mistério que o rodeia, assim como todos os recantos escondidos da nave, e as personagens misteriosas que lá habitam.


A aventura de Vella arranca logo num dia extremamente importante, o dia em que poderá ser oferecida num sacrifício a um grande monstro, para grande honra da sua família e de toda a sua aldeia, mas ao qual ela não acha piada nenhuma, como é óbvio.

O seu espírito rebelde e inquisitivo farão com que questione este ritual ridículo, e que tente escapar a todo o custo ao sacrifício, e com isto a vir a descobrir muito mais do que estava à espera à partida. Do seu planeta terreno ao mundo das nuvens é um tirinho, especialmente se conseguir resolver "o puzzle" de maneira a que consiga escapar a tão terrível destino.


Trata-se de uma aventura point-and-click, espectacularmente adaptada para o ecrã do iPad, onde teremos que tocar em vários pontos do ecrã para fazer com que os nossos heróis se movam até esses locais, e onde a interação com outras personagens e objectos é muito importante.

Muitos dos objectos que inspeccionamos podem ser guardados no nosso inventário, ao qual se pode aceder numa barra em baixo (activada no pequeno triângulo no canto inferior esquerdo do ecrã), e podem depois ser activados, usados em conjunto com outros objectos, ou mesmo entregues a outras personagens que estejam à nossa frente no ecrã.


Tanto estas interacções, como as conversas que vamos mantendo com outras personagens, são importantíssimas para avançar na narrativa, onde percebemos facilmente que se dermos por nós completamente bloqueados sem saber o que fazer, é porque falta fazer uma pergunta a alguém, ou experimentar usar um objecto em algum local específico, etc.

Normalmente estas aventuras são também fortemente dirigidas para os adultos, mas esta aqui é claramente virada para um público mais jovem. Não me entendam mal, eu adoro estas aventuras, e esta não é diferente, é um espectáculo visual e sonoro que só visto, mas senti falta daquele humor negro presente em outras aventuras da LucasArts. Seja como for, temos aqui vários momentos para soltar umas risotas valentes com as piadas que vão surgindo, especialmente a bordo da nave de Shay.


Como podem ver no trailer de lançamento aqui em baixo, o jogo conta com uma banda sonora soberba criada por uma orquestra em estúdio, com vários actores conhecidos a darem a sua voz às personagens principais, como por exemplo Elijah Wood (Frodo no Senhor dos Anéis), o absolutamente louco Jack Black, e até Wil Wheaton (que ficou bem conhecido pela sua participação na série Star Trek: The Next Generation), entre tantos outros.

Como já o disse no início, as duas aventuras acabam por estar ligadas, e no final é tudo revelado, mas apenas para ficarmos a saber que a história continuará num próximo capítulo, que virá um dia mais tarde numa actualização, como compra in-app, ou como um outro jogo à parte, ainda não se sabe ao certo.

Este jogo como está é muito bom, e toda a gente que gosta de aventuras point-and-click irá adorar jogá-lo, mesmo que pareça um pouco infantil, e que poderá ser considerado um pouco simples demais por alguns veteranos deste tipo de aventuras, especialmente ao nível da dificuldade dos "puzzles" que têm de ser resolvidos.

Para os mais jovens não há dúvidas, esta é uma bela maneira de lhes apresentar o universo das aventuras point-and-click, com o seu estilo comic book interactivo, que acaba por ser original e bem interessante.  Mas fica o aviso, depois desta aventura não vão querer outra coisa.


Broken Age na App Store (Brasil)

Broken Age na App Store (Portugal)

Tamanho: 1.04 GB



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